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Vik Muniz

dez 12 2015 · 0 comments · Arte & Cultura ·0

Em sua estreia no Museu Vale, Vik Muniz apresenta uma retrospectiva da sua produção artística, com mais de 100 obras expostas. Como um empresário de sua própria arte, ele faz a curadoria e a montagem da exposição, com obras que revelam sua trajetória na apropriação de objetos de uso comum e alguns trabalhos recentes. É evidente que se apropriar de elementos do cotidiano e transformá-los em obras de valor artístico, de fato, não é uma novidade.

Seja através de geleias, de um prato de macarrão que chega ao fim, de grãos de diamante, areia ou meninos de açúcar – o artista tem sempre uma história que ele (não) conta. Entretanto, há que se reconhecer que a obra e o próprio Vik Muniz – ao circular acessivelmente na vernissage, como também na visita guiada que antecedeu à abertura – aproxima mais quando se apropria.

Isso nos lembra da dicotomia aura x vestígio apontada por Walter Benjamin no início do século passado e que não poderia estar mais atual: a aura é o aparecimento de uma distância, por mais próxima que esteja, enquanto que o vestígio é o aparecimento de uma proximidade, por mais distante que esteja. É como se o artista colocasse à nossa porta uma campainha que nos alertasse acerca da presença de algo – seja ele um distanciamento ou uma aproximação.

A busca pela correspondência perfeita entre o campo das ideias e a sua materialização, a imagem mental como fio condutor à concretização da obra, que nos conecta com algo que encontramos e a conexão como função da arte, são palavras de ordem para o artista.

A questão da memória coletiva é latente e constantemente ativada, como nas obras da série “The Best of Life” (O melhor da Revista Life), onde fotos emblemáticas que marcaram a história são redesenhadas pela memória fotográfica do artista (segundo ele, o livro que possuía contendo tais imagens havia desaparecido). Na sequência os desenhos foram fotografados e expostos de maneira desfocada. O homem pisou na lua com o pé direito ou esquerdo? O casaco do John John tinha quantos botões no enterro do pai? Quem se importa, se todos já vimos essas imagens ainda que não as tenhamos presenciado. As memórias inventadas – todas são – reinauguram as sinapses entre artistas, obra e público.

Por outro lado, embora a utilização de materiais de uso comum aproxime o público das obras, talvez ela diminua os buracos existentes entre o que o artista pretende e o que concretiza, a ponto de não se saber se estamos nos aproximando ou nos afastando. No apagar das luzes, quem se importa com a verdade? Que seja o que eu digo sobre a obra, e não de fato o que a obra seja. Que seja o que eu sinto da obra, e não o que dizem sobre ela.

Publicado na Revista DASartes #83

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Tags: Vik Muniz.
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